Sad Theory apresenta e disserta nova identidade visual minimalista
Sétimo disco, Léxico Reflexivo Umbral, será lançado este ano
Por: Clovis Roman da Acesso Music, publicado às 09h00
Ouça “Canis Metallicus”: https://open.spotify.com/album/1ZrXnjnQE50RyMkXOIDikR
O baixista Daniel Franco traça um paralelo com suas obras anteriores: “O álbum anterior, ‘Entropia Humana Final’, acenava que o fim da humanidade era uma realidade. Não em seu sentido mais literal, biológico, pois como espécimes somos, numericamente, cada vez mais prevalentes. A humanidade, naquele contexto, é a capacidade do homem de, instintivamente, enxergar a si próprio em outro homem. De compartilhar seus sofrimentos e suas alegrias. De saber que há um elo que os une”.
“O século XX mostrou que tal conceito de humanidade não é capaz de resistir à canetada de um burocrata poderoso. Uma lei pode decretar que seu vizinho é seu inimigo, e que merece morrer. O seu instinto de sobrevivência, então, assume o controle e faz você se transformar no ser inumano que o burocrata desejara”, disserta o músico.
Música e letras expressam ideias, porém, estas não se resumem ao terreno musical. “Como traduziremos todo esse pós-apocalipse para o domínio visual? Através de mudanças profundas, radicais. Entretanto, a simbologia mais profunda foi atingida através da arte de Carlos Kolb. A barata tem um significado quase arquetípico. Representa a resiliência, a capacidade de perdurar mesmo sob condições extremas. Ao mesmo tempo, suscita repulsa e nojo, traz a ideia de abandono e sujeira, mau asseio. Assim, nada melhor para simbolizar aquele que, buscando a vida eterna, o poder absoluto e a capacidade de parar o tempo, atingiu seu objetivo e transformou-se num monstro abominável no processo. O aspecto minimalista da arte, com seu fundo branco eterno e implacável, representa ao mesmo tempo a perfeição e o vazio, a homogeneidade e a falta das nuances que nos fazem humanos. Mas o elefante no meio da sala, ou seja, aquilo que sobrou de nós, salta aos olhos como nada mais no Universo. O Übermensch de Nietzsche sofreu a metamorfose de Kafka. Bem vindos ao futuro!”, sentencia.
E todo este conceito se volta aos campos musicais e líricos de Léxico Reflexivo Umbral, que sai no segundo semestre: “A interatividade humana atingiu níveis outrora inimagináveis, mas para isso precisou utilizar os avanços tecnológicos como interface, de forma integral, inexorável e irreversível. Tudo o que restou da nossa humanidade é convertido em bits e é transmitido por ondas que, eventualmente, chegarão a diversos destinos. Tais avanços, dos quais somos plenamente dependentes, caminharam em qual direção, num mundo onde a humanidade morreu? É disso que tratamos na temática do nosso sétimo álbum de estúdio. A série britânica Black Mirror, em muitos de seus episódios, mostra a inumanidade, por meio da tecnologia, atingindo diversos paroxismos, de diferentes formas. Tais temas são uma matéria-prima valiosíssima para a negatividade da música extrema, e para o Sad Theory em particular. Assim, utilizamo-nos deles como ponto de partida para as letras”, finaliza Daniel. Assista o lyric video do novo single: https://www.youtube.com/watch?v=16KMBDNyF7g
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