Resenhas do Rock: Uma História bizarra na cena do Black Metal!
Poucas bandas têm uma história tão polêmica e
bizarra como a Mayhem. Fundada na Noruega em 1984 pelos músicos Necrobutcher
(baixo), Manheim (batera) e Øystein Aarseth (guitarra – conhecido como
Euronymous, guarde este nome!) e tendo como principais influências Slayer e
Venon, é uma das principais bandas do cenário black metal norueguês.
Com o tempo o grupo sofreu algumas alterações e
no ano de 1988 dois novos integrantes chegaram à “família” Mayhem; o vocalista
sueco Per “Dead” Ohlin (contratado após enviar uma fita cassete da sua
performance vocal acompanhada de um porquinho da índia em decomposição) e o
batera Hellhammer. A nova forrmação da banda parecia mais lendária do que nunca
nos moldes que eles planejavam.
Dead era um aficionado pela morte, talvez por
conta de um acidente sofrido na infância, em que foi dado como morto. No Mayhem
o vocalista deixava isso bem claro em suas performances violentas no palco – se
cortando com facas e cacos de vidro – e na sua caracterização. Fazia corpse paint – pintura facial que
retrata o rosto de um defunto – usava suas roupas que haviam sido previamente
enterradas e por conta disso ficavam infestadas de pequenos germes, além de
manter o cadáver de um corvo dentro de uma bolsa para sentir a “essência da morte” no palco.
Assim era o vocalista de uma das bandas mais
importantes do chamado Inner Circle, movimento
que propagava o ódio pelo cristianismo e que entre outras coisas incendiava as
principais igrejas da Noruega.
Em 8 de abril de 1991, Dead cometeu suicídio.
Cortou os pulsos e atirou contra sua cabeça com uma espingarda. Deixou um
bilhete se desculpando pelo sangue. Seu corpo foi encontrado pelo guitarrista
Euronymous que, (pasmem!) não chamou a polícia: resolveu fotografar o cadáver
de Dead e usar as imagens na capa de uma álbum futuro, no caso, do bootleg Dawn of the Black Hearts (1995).
Segundo reza a lenda, Euronymous teria COMIDO
PEDAÇOS DO CRÂNIO DO COLEGA por pura curiosidade. Ainda fez colares com pedaços
restantes que posteriormente usou para presentear músicos amigos.
Em 1993 a banda apresentou nova formação. Varg
Vikernes (Burzum) assumiu o baixo,
Snorre “Blackthorn” a segunda guitarra, e o húngaro Attila Csihar ficou
a frente dos vocais. O que inicialmente parecia uma amizade entre Euronymous e
Vikernes logo se transformou em pura rivalidade. Segundo o batera da banda
Emperor, Bard Faust em entrevista ao site The Guardian, o lance entre os dois
músicos parecia bobo. “Eu acho que havia
uma disputa entre eles para definir quem seria mau mais que o outro, mas eu via
muita fumaça e nenhum incêndio.”
Bobeira ou não, fato é que a tal rivalidade (que
até hoje não ficou tão bem explicada assim) terminou em um sangrento
assassinato. Na noite de 10 de agosto de 1993, Varg foi ao apartamento de
Euronymous discutir sobre problemas contratuais. O músico alegou ter tomado
conhecimento de uma conspiração arquitetada pelo guitarrista que consistia em
torturá-lo até a morte e filmar o acontecimento. Os músicos brigaram feio e
Varg esfaqueou o guitarrista do Mayhen 23 vezes, sendo duas no crânio.
“Eu esfaqueei
(três ou quatro vezes) o seu ombro esquerdo enquanto ele corria, já que essa
era a única parte que eu podia atingir enquanto estávamos correndo[…] Ele
pareceu conformado e disse: “Já chega”, mas então ele tentou me chutar
novamente e eu acabei com ele enfiando a faca em seu crânio, pela sua testa, e
ele morreu instantaneamente. Seus olhos viraram e um gemido pôde ser ouvido
enquanto seus pulmões se esvaziavam depois que morreu. Ele caiu sentado, mas a
faca estava enfiada em sua cabeça, então eu o segurei enquanto tentava tirar a
faca. Quando puxei a faca de seu crânio ele caiu para frente e rolou por um
lance de escadas como um saco de batatas – fazendo barulho suficiente para
acordar toda a vizinhança (era uma escadaria barulhenta, de metal)” – Diz Varg Vikernes no site
oficial da banda Burzum.
Varg alegou legítima defesa mas acabou preso e
condenado a 21 anos, dos quais cumpriu 16 em regime fechado. Ganhou liberdade
condicional em 2009 e em 2013 voltou a ser preso acusado de planejar um
massacre. Foi solto tempos depois e continua com sua banda de black metal,
Burzum.
Já a banda Mayhen continua seus trabalhos com os
músicos Hellhammer (batera), Necrobutcher (baixo), Attila Csihar (vocal),
Teloch e Ghul (guitarras), deixando para trás um passado obscuro e no mínimo
bizarro, mas musicalmente importante para o gênero do metal extremo.
Fontes:
The Guardian
Site oficial
Burzum
Cadê meu Whiskey?
Comentários
Postar um comentário